sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Filtro


Coragem.
Se um novo ciclo começa, você está pronto.
E a partir do momento que você pousa uma caneta no papel ele já não está mais em branco.
Ao esvaziar a mente, ela é preenchida com os tons desesperadamente necessários.
E esses tons são as nuances dos borrões que são seus sonhos, os reflexos rasurados de quem você será.

Você, que me conheceu ontem, não me conhece mais.

E nem eu mais te conheço.
Há a necessidade de nos reapresentarmos todos os dias.
O borrão vive em constante mutação e visualizá-lo entre lacunas do tempo é viver em uma eterna quebra de expectativas.

Eu te olho através do filtro dos meus olhos mas esse nunca permanece o mesmo.

Você mergulha na minha essência através do seu próprio filtro.
Até quando todas essas variáveis vão resultar em ares de encantamento?

Sou grata por não entender de probabilidades

Elas só cegariam minhas certezas.
Ao descartar jogos e mecanismos lógicos, o ato de pensar torna-se desnecessário e pequeno demais perto do que realmente não precisa de explicação e compreensão.

Quando racionalizo, não mais entendo.

Fujo do conteúdo essencial e fico plena de informações triviais.
Fecho meus olhos e sinto.

(23/11/12)




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