Me fogem os pensamentos como contas de um colar partido.
Eu emendo e mesmo assim ele quebra, independente do número de nós.
Como eu iria imaginar sentimentos?
A fuga era só uma tentativa de preservação
E a indiferença era o mecanismo de defesa de uma mente confusa.
Me angustia essa mente perdida forçar a lógica quando só necessita resgatar a emoção.
Se existe reciprocidade, o que temer?
Em silêncio, assinamos um contrato só nosso.
Ninguém precisa saber. E se nos virem, estaremos de mãos dadas.
Quando ele segura a minha mão, a segurança avança os limites do possível imprevisível.
Além daqueles olhos existe uma imensidão abstrata que me acalma.
Depois de tantos anos e ainda me surpreende.
É essa quebra de expectativas que nos prende um ao outro. É o que me dá esperança de reinventar o existente e escapar de um destino conservado em resina.
Uma vida junto a tua é sem promessas.
Me ensinaram a buscar estabilidade.
Você desestabiliza minha concentração e minha frequência cardíaca.
Mas quando me abraça, vale a pena o risco.
(29/12/12)